Ser professor na era tecnológica em que
vivemos em que a mudança e a evolução são constantes é um grande desafio. Se
por um lado podemos aceder à informação com muita rapidez e sem esforço, por
outro lado nem sempre é fácil transformar a informação que temos ao dispor em
conhecimento e em aprendizagem.
Numa
época em que o conhecimento se tornou instável, aberto e global, é necessário
ensinar os alunos a procurar na anarquia da informação que lhe aparece, aquilo
que é relevante, isto é, temos de ensinar a selecionar, avaliar, armazenar,
organizar e a transformar a informação, reelaborando os dados, processando-os
usando critérios de análise e de crítica, assimilando-os e integrando-os nos
conhecimentos anteriormente adquiridos, transformando-os em novos conhecimentos
e aplicando-os na sua vida quotidiana, pessoal e escolar.
No
entanto, para os nativos digitais da nossa era, não chega adquirir novos
conhecimentos e transformá-los em aprendizagem; é necessário também comunicar,
cooperar e partilhar os conhecimentos adquiridos com os outros, colaborando e
interagindo em conexão e em rede.
Há,
portanto, competências digitais que é necessário desenvolver, não só no que diz
respeito ao acesso e processamento da informação, mas também ao que se
relaciona com o conhecimento e domínio da tecnologia e do software, a proteção
de dados, a construção de uma identidade digital e com os perigos que o uso
irresponsável da tecnologia pode acarretar.
As
tecnologias da informação e da comunicação são recursos com muitas
potencialidades para o desenvolvimento de capacidades e conhecimentos, mas deve
ser utilizada corretamente. Uma vez que a aprendizagem se faz para além da escola,
em contextos informais possíveis através da conetividade e da interação em
rede, é através da educação e da escola que se desenvolvem processos cognitivos
de reflexão e de análise que levam as crianças a aprender a aprender e a viver
na era digital. Por isso, a escola deve repensar os seus métodos e técnicas de
ensino e proporcionar um ambiente de construção do conhecimento em que o
professor tem o papel de mediador/gestor de aprendizagem.
Nesta sociedade
em que o conhecimento, a criatividade e a inovação são os pilares que sustentam
o sucesso pessoal e social e, consequentemente, a inclusão e o exercício
efetivo da cidadania, o conceito de lifelong
learning está associado ao conceito de lifewide
learning em que a autoformação se faz pela horizontalidade a várias vozes,
em diversos contextos, em que todos são agentes do processo de aprendizagem.
Mas como
pode a escola tornar-se num local, não o único, de construção colaborativa do
saber?
A utilização consciente das tecnologias com
objetivos bem definidos, propiciam a aproximação das pessoas e a partilha de
informações e conhecimentos. A mudança que essa utilização pode trazer à escola
implica a mudança de atitude dos professores sustentada pela sua formação. É
importante que cada um de nós pense em estratégias alternativas para formar
cidadãos mais reflexivos, ativos e conscientes da era digital.
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